a bisnaga. Para o Horácio...
No dia em que o Pedro foi raptado pelo senhor Ludovino.
O senhor Ludovino apresentou-lhe a caixa dos medicamentos.
O Pedro deduziu por um dos medicamentos que o sr Ludovino tem má circulação.
Inspecionou-lhe as pernas.
Segundo o Pedro, estavam em mau estado. Perguntou-lhe se usava algum creme.
Senhor Ludovino. De forma expedita foi buscar o creme.
- Ponho todos os dias antes de ir para a cama.
O Pedro olhou para o creme. E disse que lhe ia arranjar umas amostras de outro creme. Para experimentar.
Segundo o Pedro, o que o Sr. Ludovino está a usar é muito antigo. No mercado já existem alternativas melhores.
Ao que parece, as pernas naquele estado dão bastante desconforto.
O Pedro tem um amigo dermatologista e quando o viu pediu-lhe as amostras.
Na segunda-feira quando lhe fui pôr as gotas levei-lhe as amostras.
Eram 5 cremes. Mais pequenos que os cremes comuns. Porque eram amostras.
Segundo o Pedro deviam dar para um mês.
Entreguei-lhe as amostras. E disse-lhe o que o Pedro me disse para dizer.
- Antes de deitar. Ponha o creme. Se se sentir melhor, da próxima vez que for ao médico, peça para lhe receitar este creme. Em vez do outro.
Hoje passei por Carcavelos com o Pedro. E com a Alice.
O andar de cima está pronto. Faltam uns pormenores cá em baixo.
Finalmente. A luz ao fundo do túnel.
O sr Ludovino mal nos vê entrar.
Corre para nos abraçar.
- Doutor Pedro. O senhor é Deus. É melhor que Deus. Ó Joana! Tens mãos de fada. Estou curado. Estou curado.
E foi para dentro de casa.
A Alice, estava ao colo do Pedro, disse adeus ao Senhor Ludovino.
Sr. Ludovino saiu de casa.
E deu-me um ramo de flores.
- Joana. Obrigado por tudo. O que seria de mim sem ti.
Nem tive tempo de agradecer. Voltou para casa.
Eu e o Pedro ficámos a olhar um para o outro.
E a Alice. Disse-lhe adeus.
Voltou.
Senhor Ludovino, entregou-me um saco.
- Isto é para a menina. Tão linda que ela é!
Era uma caixa de Nestum.
Voltou para casa.
Eu e o Pedro. Nem nos deu para rir. Tal era a surrealidade da cena.
Senhor Ludovino. Voltou ao patamar. Com algo embrulhado.
Parecia uma guitarra. Mas não era uma guitarra. Pelo esforço...parecia pesado.
Entregou, o embrulho, ao Pedro. O Pedro passou-me a Alice. Para poder receber. O presente.
- Doutor Pedro. Obrigado! É só uma lembrança nossa. É da terra do meu amigo Matias. O Matias, o Pires, o Silva e eu estamos muito agradecidos. Nunca me lembro de estar tão bem. Pareço um rapaz de 20 anos.
Era um presunto.
Senhor Ludovino.
Esse fofo.
Andou a repartir o creme pela brigada do reumático de Carcavelos.
Ao que parece resultou. Todos os que foram contemplados com o creme sentiram melhoras.
O Pedro ia tendo uma síncope.
- Não pode andar a partilhar os seus medicamentos com os outros. Têm contraindicações. Só um médico pode avaliar primeiro e depois prescrever o medicamento.
- Certo, senhor doutor. Olhe lá...por acaso não tem mais outra bisnaga?? O meu amigo Horácio chega amanhã, da terra...se visse as pernas dele, ia ver que está mesmo a precisar...