daqui não saio. Daqui ninguém me tira
Cheguei a casa. E como de costume tinha alguém na minha cama.
O Vasco.
Ainda lá fui perguntar se queria ir à rua. Nem me respondeu.
Nitidamente de mau humor por ter sido importunado. Virou-se para o outro lado. E tapou-se com a orelha.
Despachei isto e aquilo.
Fui buscar a minha Alice. Esperei até ela acordar.
Quando chegámos, o cão continuava a dormir.
Dei o lanche à Alice.
Arrumei as ultimas coisas. E comecei a pôr tudo dentro do carro.
Bem chamei.
- Vasco. Vasco.
Nada.
Continuei a minha vida. Ultimas coisas a fazer.
A Julieta dentro da caixa. Vai connosco.
E o Vasco?
Fui ao quarto acorda-lo. Não gostou da minha iniciativa.
Mexeu o corpo meio centímetro e continuou a dormir.
Puxei-o. Chamei-o. Barafustei com ele. Nada.
Comecei a achar que podia estar doente.
Frango assado. Toca de descongelar frango assado.
Em meio segundo tinha o Vasco na cozinha. Não estava doente, coisa nenhuma.
Aos pinotes. Cara a cara com o micro-ondas.
Antes de lhe dar o frango. Vi se estava muito quente. E depois lá lhe dei o frango.
Abri a porta de casa e chamei-o. Para o arrumar dentro do carro.
Nada.
Ora, atrás de um vaso. Ora ao lado do vaso.
Assim está o Vasco.
A gata, na caixa, dentro do carro. À espera.
A Alice na cadeirinha da cozinha, à espera, de sua excelência.
Eu à espera.
E o Vasco.
- Não quero ir. Não me apetece. Daqui não saio. Daqui ninguém me tira!!