e o amor?
A Alice apareceu na minha vida inesperadamente.
Tinha-me candidatado há tanto tempo que já não fazia conta. Já me tinha esquecido.
Podia ter dito que não. Mas não hesitei por um segundo.
Depois de ter dito que sim. E de já estar tudo certo. Comecei a contar aos que me estão mais próximos.
Os meus pais receberam bem a notícia.
Os meus sobrinhos adoraram a notícia.
Os meus irmãos disseram que eu estava doida.
E os meus amigos mais próximos apoiaram-me mas...
- Já percebeste que com uma filha vais ficar solteira para sempre???
É claro que quando disse que sim, que ficava com a Alice não pensei nisso. Depois sim...
E percebi que se não encontrar o amor, ou ele não me encontrar a mim. Encontrei um amor maior...
Um não invalida o outro, eu sei.
No amor sou um bicho complicado.
Antes de a Alice aparecer já estava sozinha.
Porque sou complicada. Porque sou picuinhas em muitas coisas. Em muitos pormenores.
Quando me apaixono o meu nível de envolvimento é grande.
Se estiver com alguém estou devotadamente com essa pessoa.
Não me passeio por outras ruelas. Nem espalho charme noutros jardins.
E só assim vale a pena. Para mim...
É claro que da outra parte espero o mesmo.
Não estou a dizer que se isole do mundo. Seria um disparate.
Mas há atenções, graças e comentários que só devemos ter com a nossa pessoa.
E isso não é fácil de encontrar.
Se juntarmos a isso uma filha. Será pior?
A maioria dirá que sim. Eu digo que não.
Se alguém quiser ficar comigo, tendo eu uma filha, é porque é alguém superior. Maior que o comum dos mortais.
E é provável que eu me deixe de coisas.
E aceite amar de uma vez por todas.