é preciso uma aldeia...
De Alentejos diferentes. Um mais para norte outro mais para sul.
De Alentejos iguais. Porque o norte e o sul fazem muito pouca diferença quando é o amor que está em jogo.
Começaram por morar em Odivelas mal acabaram de casar.
Uma casa do tamanho de uma noz, segundo a minha sogra.
Uns anos depois mudaram-se para o Montijo e nunca mais saíram de lá.
Primeiro numa casa alugada.
Depois compraram um apartamento um pouco maior e daí a uns anos mudaram-se para uma casa com quintal.
Entre o jardim e uma mini horta vão passando o tempo.
Sendo o Pedro filho único, viveram sempre um bocado para ele. É normal.
Antes do Pedro casar, passava por casa dos pais sempre que podia, à vezes todos os dias e quando estava de folga era frequente dormir lá.
Um filho nunca cresce e o Pedro é o menino deles.
O Pedro é o verdadeiro menino da mamã e do papá. É bom de ver...tanto mimo bom para aqueles lados....
Não é por serem meus sogros mas são pessoas maravilhosas.
Com um coração grande.
Só assim se explica os braços abertos com que me receberam a mim mas sobretudo à Alice.
Adoram passar tempo com as netas. O único senão é que estão no Montijo.
Não é longe de Oeiras mas também não é perto.
Com os meus pais a morar no Estoril, é mais prático para nós deixar a Alice e a Mariana com os meus pais do que com os pais do Pedro. Mas...
....tendo os meus pais neste momento 8 netos e sendo muito solicitados para tomar conta de vários, muitas vezes torna-se inviável.
É certo que os filhos da minha irmã já não dão trabalho. Estão criados.
Os do meu irmão são diferentes. A Margarida por exemplo está com dois anos.
Ficarem com a Alice, a Margarida e a Mariana ao mesmo tempo é a loucura!
Para além de que estando reformados podiam aproveitar para ir dar umas voltas e distrair de outra maneira em vez de ficar presos aos netos todos os dias.
Foi por isso que eu e o Pedro ponderámos e não sendo viável ter a Alice em casa dos meus pais como já esteve antes da Mariana nascer decidimos que tinha de ir para um infantário.
Tenho a certeza que se ia adaptar bem.
Tenho a certeza que no geral ia gostar. Mas...
....não era isso que tinha idealizado. Aos 3 anos sim. Aos dois...ainda não estou preparada.
Ontem. Os pais do Pedro vieram cá almoçar.
E...
...ao mesmo tempo que nos deram uma novidade fizeram-nos uma pergunta.
Enquanto estivemos na África do Sul andaram por aqui a ver casas.
Encontraram uma que lhes agradou. No concelho de Oeiras.
Um quintal um pouco mais pequeno que o deles, mas ainda assim...um pouco de ar livre.
Uma casa um pouco mais pequena que a do Montijo mas segundo eles perfeita porque não dá tanto trabalho.
Uma troca de casas e um ajuste financeiro porque embora a casa aqui seja mais pequena é mais cara.
E...
....num passo de mágica. Toda a nossa aldeia junta.
Perguntaram-nos a nossa opinião.
Nem deixei o Pedro responder...
Só me apeteceu abraça-los!
A Alice não precisa de ir para o infantário já.
A Mariana pode intercalar e não ficar sempre em casa dos meus pais.
O Pedro fica com os pais mesmo aqui ao lado.
Os pais do Pedro podem vir muito mais vezes cá a casa e se precisarem de alguma coisa estamos mesmo ao lado uns dos outros.
A convivência frequente das netas com os avós, todos os avós, não tem preço.
Os avós, todos, vão ensinar-lhes tanto!
Passados uns minutos de euforia e egoísmo à parte, lembrei-me que iam deixar para trás uma vida de recordações e perguntei-lhes:
- Querem mesmo, mesmo fazer isso! Já conhecem toda a gente lá....vão ter de mudar a vida toda!
- O presente é que importa e o presente são vocês.
Dizem que...
...é preciso uma aldeia para educar uma criança. 💚
Sobrevivemos sem a aldeia...mas é tão melhor quando existe!
Há três anos no Quiosque!
Se nunca leram. Devem ler.
Ponham-se no meu lugar....e façam o favor de rir...
Há dois anos no Quiosque!
Post 1: O projeto maravilhoso da Cláudia!
Post 2: Sou uma otimista assumida!
Post 3: Futebolisticamente falando sou supersticiosa até ao tutano!
Valeu a pena, no ano passado!
Há um ano no Quiosque.