estes dias. Também são dias de amor
Estávamos numa reunião.
Alguém vê, qualquer coisa no telemóvel.
Choque. Horror.
Sabíamos que existia.
Na teoria.
Tem acontecido. Aos outros.
Impossível de deter.
O terrorismo.
Nas Ramblas. No coração. Em Barcelona.
Somos peões. Nas mãos deles.
Estava no trabalho. Longe do local.
O que se seguiu foi um frenesim que nunca vou esquecer.
A cabeça a mil.
Avisar. E procurar.
Avisar que estamos bem.
E procurar quem gostamos.
Mães e pais à procura de filhos.
Mulheres à procura de maridos. E vice versa.
Filhos à procura dos pais.
Irmãos que procuram irmãos.
Deixar mensagens a quem não atende.
Estamos bem.
Dizer que se gosta.
Que se tem saudades.
E que tivemos sorte.
Há indignação. Terror e horror. No ar.
Mas sobretudo amor. E amizade.
E é assim que se combate.
E depois...
...o silêncio.