estou de olho em ti....
A nossa mudança atrasou.
Fizemos a escritura da nossa casa e decidimos iniciar obras.
Já que é para a desgraça, desgraçado seja...
Falámos com os ingleses que nos vão comprar a casa de Carcavelos e pedimos para atrasar a escritura.
Primeiro fizeram má cara. Depois lá concordaram...
Receámos que desistissem de comprar a casa mas...
...seria fácil de vender neste momento. Por isso não nos preocupámos muito...
A minha conversa com o senhor Ludovino ficou adiada.
Primeiro achei que tinha de contar o mais depressa possível. Depois acomodei-me...
...e agora começamos a fazer a mudança.
Nada de grandes coisas. O Pedro ainda tem uma parte das coisas dele em caixas e é isso que começámos a levar.
Eu. Joana. A organizadora. Já fiz um planeamento da mudança e sei tudo.
O que vai e em que dia vai.
Quando vai.
Para onde vai.
Até sexta têm de lá estar todas as caixas do Pedro.
Sábado e domingo temos de encaixotar a arrecadação. E uma empresa de mudanças passa por aqui e deixa na casa nova.
E nós vamos atrás da empresa de mudanças e arrumamos a arrecadação. Numa assoalhada que temos na garagem e que será a nova arrecadação.
Entretanto no final da próxima semana vamos encaixotar o escritório. E os quartos que não estão a ser usados cá em casa, mas que estão mobilados.
Empresa de mudanças.
Joaninha atrás da empresa de mudanças...e põe tudo num brinquinho.
A empresa de mudanças vem segunda. E o senhor Ludovino vai dar conta. Tinha de lhe contar antes.
Hoje. Desci as escadas. Tal e qual Maria Antonieta a caminho da decapitação.
Toquei à campainha.
Entrei.
E contei-lhe.
Tinha de ser.
Olhou para mim. E disse:
- Joana. Não queria dizer-te nada mas vou ter de dizer. O teu marido não é de confiança. Estás a ser enganada por ele.
-
- Vendes esta casa e compram outra e ele passa a ter direito à casa. Não vês?
Expliquei-lhe que éramos casados. E que em casa havia apenas uma carteira. Se casei com ele é porque confio em absoluto nele.
Disse-me.
- Fazes mal. Vais acabar sem nada. Vai-te deixar daqui a uns tempos e vais ficar com duas filhas e sem casa.
Disse-lhe que não queria entrar por aí. Nem discutir esse assunto com ele. Voltei a dizer-lhe que se aceitei casar com o Pedro foi porque confiava nele e se por acaso não confiasse, pouco que fosse não tinha casado. Eu estava no casamento de forma completamente transparente e acreditava piamente que o Pedro também estava.
Ficou pensativo.
Despedi-me dele.
Subi. Voltei a sair de casa para ir buscar a Alice. Voltei a casa.
O Pedro chegou. Ainda a horas decentes. Contei-lhe a conversa com o Senhor Ludovino.
O homem ia enfartando.
Comemos qualquer coisa e decidimos ir dar a nossa caminhada. Os 4.
Descemos.
A Alice quer porque quer descer as escadas sozinha. Demoramos uma eternidade até chegar cá abaixo.
O Vasco, por sua vez, desce as escadas em 30 segundos. Sobe as escadas em 15 segundos para ver onde nós estamos.
Desce outra vez as escadas.
Volta a subir.
E vai fazendo isto até chegarmos cá abaixo.
O senhor Ludovino estava à janela.
Cumprimentei-o e ele disse ao Pedro.
- Estou de olho em ti, ó matulão.
Fizemos a nossa caminhada.
Aproveitámos o bom tempo que ainda temos.
Uma hora depois voltámos.
Apanhámos o senhor Ludovino na entrada do prédio.
E ele voltou a avisar o Pedro.
Só que se enganou. Em vez de:
- Estou de olho em ti, ó matulão....
Disse.
- Estou de olho em ti, ó mulatão.
Há dois anos no Quiosque!
Tive um destaque na página principal do Sapo.
Há um ano no Quiosque!
É meu chefe, agora. Falo com ele quase todos os dias...
Já seguem o quiosque?
Faltam 145 dias para a Mariana nascer...