happy together. The Turtles
A praia da Adraga é das praias mais bonitas do país.
Em Sintra.
As grutas, o tom da água, a envolvência.
O areal. Tudo é especial.
Diz-se que os guerreiros muçulmanos que por cá andavam na Península Ibérica usavam um escudo protetor.
Feito de couro. Chamado Ad dàrga.
Esta proteção passou a ser usado pelos habitantes locais.
E mais tarde espalhou-se pela Península Ibérica em geral.
O nome foi adaptado para Adaraga. Com o tempo evoluiu para Adraga.
Naquele tempo. Antes de Afonso Henriques.
Esta praia era ponto de passagem de muitas tartarugas.
Algumas encalhavam e eram apanhadas.
A carne era muito apreciada. Sobretudo pelos Muçulmanos.
E a carapaça aproveitada para fazer Adragas.
Esta praia deve o nome. Às tartarugas.
Para muitas civilizações. A tartaruga.
Simboliza o universo. A estabilidade.
O feminino e o masculino ao mesmo tempo.
A harmonia. E o equilíbrio.
Ter confiança no caminho.
Simboliza a solidez. E a paz.
Depois do nosso almoço. De sexta.
Enviou-me uma mensagem à noite. A dizer que tínhamos de repetir.
Ficou para hoje.
- Posso ir aí para os teus lados. Escolhe o local. Disse ele.
A Alice acordou cedo.
A sorrir como de costume.
Tive a certeza que ia ser um dia bom.
Fui ver o nascer do sol com ela. Ao Magoito.
O dia acordou lindo. E prometia.
Deixei-a em casa dos meus pais.
Pensei no nosso almoço.
Não me apetecia. Almoçar. Como todos os dias.
Fiz pão.
Salteei. Em azeite. Brócolos. Tomate. Frango. Rebentos. Juntei tomilho e manjericão.
Ananás.
E ovos mexidos.
Fiz sandes.
Um bolo de chocolate. Que parece um bombom. Cortei às fatias.
Juntei fruta.
Uma garrafa de vinho.
E água.
Coloquei tudo dentro de uma cesta. E arrumei dentro do carro.
12h. Hora combinada. No local combinado. Estacionei.
O Pedro já tinha chegado.
Disse-lhe para entrar no carro.
Sabia o caminho e era mais prático.
No caminho falámos de tudo e de nada.
Na verdade. Nem sei muito bem do que é que falámos.
Chegámos ao local.
Estacionei o carro todo torto.
A ocupar dois lugares. Ele ofereceu-se para compor o carro. Eu agradeci.
Ele olhou em volta.
- Não conheço nada aqui. Onde é que é o restaurante?
Tirei a cesta do carro.
- Esqueci-me de te dizer. Vamos comer na praia...
- Onde é que nós estamos?
- Praia da Adraga. A praia das tartarugas...
O almoço foi demorado.
Mas, passou depressa. Muito depressa.
A conversa foi fácil. E o riso também.
Muita cumplicidade. Parece que o conheço desde sempre.
Apanhámos conchas. Molhámos os pés.
E a realidade chamou-nos...
Entrámos no carro.
E descobrimos esta música no Spotify.
Despedimo-nos. Onde nos tínhamos encontrado.
Um abraço de despedida. Sentido.
E a promessa. De repetir.
Um dia destes.
Sobre o signo da tartaruga. Ou não.
Vamos voltar a ser felizes. Juntos.