o amor à camisola e um presente inesperado...
Durante muitos anos trabalhei para empresas portuguesas.
Iniciei-me com 17 anos numa e mais tarde mudei.
Apareceu uma oportunidade boa, concorri ao lugar e fiquei.
Quando me despedi da primeira empresa senti um aperto no coração.
Amor à camisola.
Foi difícil sair.
Chorei baba e ranho quando fiquei com o lugar porque percebi que tinha de sair.
Chorei baba e ranho quando contei aos meus colegas e amigos que ia sair.
Chorei baba e ranho quando falei com a minha chefe e disse que ia sair.
E quando entreguei a carta de demissão quase desisti.
- Joana, entrega já a carta ou sou eu que te despeço! Disse-me a minha chefe na altura.
- Vai à tua vida. É bom mudar. Faz-nos crescer. Acrescentou a minha chefe.
Ainda hoje é das minhas melhores amigas.
Entretanto saí da minha segunda empresa no fim de Fevereiro.
Também foi uma decisão difícil. Muito.
Estava a trabalhar com uma equipa maravilhosa.
Estávamos a ter resultados muito bons.
Decidi sair porque estava em Barcelona e sabia que se voltasse a Portugal não ia encontrar o que tinha deixado.
Muitos colegas meus tinham sido convidados para integrar uma nova equipa em França.
A minha equipa já não existia. Horas e horas de trabalho por água abaixo.
Sabia que voltar a Lisboa e ver que o que tinha deixado já lá não estava seria mais duro do que propriamente despedir-me.
Também porque tinha alternativa, claro!
Em Barcelona fui contactada por uma empresa Inglesa para realizar o trabalho que estou a fazer em Oslo.
No domingo à noite saí de Oslo para Londres.
Tinha reuniões na segunda-feira. Ia apresentar os resultados que já tinha sobre Oslo.
Ia nervosa. Empresa nova. Novas pessoas. Uma prova de fogo.
Correu bem. As coisas estão a andar bem.
Fiquei despachada na segunda. E por isso deram-me folga na manhã de terça.
Achei fofo.
Tivemos um almoço onde estava o topo do topo da empresa. Todos nós recebemos uma lembrança.
E de seguida uma reunião geral onde foram apresentados os resultados da empresa.
A sua expansão.
De como a empresa é maravilhosa.
É claro que não estavam lá todos os trabalhadores.
Estava lá quem foi chamado. Como eu.
Percebi que fazem este encontro de 3 em 3 meses.
Nem sempre em Londres.
A empresa está espalhada pelo mundo e tem milhares de funcionários.
Cada funcionário está presente num destes encontros, uma vez por ano.
Num anfiteatro cheio.
Foram distinguidos 20 trabalhadores. Não sei bem qual foi o critério.
Eu tinha escolhido um lugar bem lá em cima, no meio.
E qual não foi o meu espanto quando ouço o meu nome.
Pensei por momentos que me estavam a apresentar por ser uma funcionária nova.
Ainda fiquei na dúvida:
- Será que alguém tem um nome igual ao meu.
Não!
Acreditem, ninguém tem um nome igual ao meu...
Lá pedi licença. E desci as escadas.
Chamaram-me ao palco para me premiar. Juntamente com mais 19 pessoas.
E eu só trabalho lá desde Abril.
Foi o mais inesperado dos presentes...
Uma semana de férias em Formentera.
.....parece-me que vou gostar muito de trabalhar aqui..
...brio profissional sempre tive, perfeccionismo...representar bem a minha pessoa e também quem represento, sempre!
....amor à camisola, mesmo amor à camisola...um pouco mais de tempo!