um cartão de memória. E um traumatismo...
O meu telemóvel tem falta de memória.
Pobrezinho. Acontece!
Já padece deste mal há muito tempo.
Nunca liguei muito.
É chato quando quero instalar uma aplicação qualquer e ele me responde:
- Querias, não querias?? Isso é que não pode ser...
O telemóvel até é fofo. Diz que não. Mas não se limita a dizer que não...dá-me alternativas.
- Se desinstalares a aplicação x e y, eu com boa vontade deixo instalar essa aplicação. Se não o fizeres. Tenho muita pena mas não.
E eu lá fui gerindo o telemóvel e as suas vontades.
Comentei com o amigo do ponto final.
- Compra um cartão que isso passa.
Comentei com o meu irmão.
- E se comprasses um cartão?
Comentei com outro amigo meu...
- Compra um cartão de memória.
Enfim...e o que é que eu fiz??
Comprei um cartão de memória.
Ainda tentei instala-lo...mas acho que o coloquei de pernas para o ar. Não funcionou.
Estava sem tempo.
Desisti naquele momento.
E quando precisei de um cartão para a máquina fotográfica foi a ele que recorri.
Hoje. Fui ao hospital. Ainda a perna...
O hospital fica próximo de um centro comercial e aproveitei para passar pela Worten.
Mesmo, mesmo à entrada da loja estão duas senhoras. Uma muito exaltada diz:
- EU
Na mão trás uma carteira cor de rosa. Daquelas onde se guardam as moedas e as notas.
- BEM
A carteira cor de rosa tem assim uma espécie de aplique em metal.
- TE
A senhora, continua exaltada a falar aos berros com a outra.
- DISSE
A senhora esta furiosa. Furibunda.
- QUE
Um braço no ar.
- NÃO
Outro para quem o apanhar.
-ERA AQUI!
E pronto. Apanhei eu.
Sem saber ler nem escrever. Só vejo vir na minha direção um braço. Uma carteira cor de rosa. E um aplique cravado entre os olhos e o nariz.
A senhora esmurrou-me.
O meu nariz explodiu. Sangue por todos os lados.
Eu. Num momento era a princesa Fiona. No momento seguinte era o ogre mais feio...
A senhora passou-se.
- Chamem a polícia que eu sou culpada. Ai o que eu fiz. Desculpe-me, se faz favor. Chamem a policia, chamem a policia.
E eu, no meio da caldeirada que me escorria pela cara. Chorava de dores. E ria. Porque teve piada.
Apareceu um segurança que me socorreu.
E como estava mesmo perto do hospital fui até lá. Não está nada partido.
Tenho uma parte da cara feita num bolo. Inchada e negra. Mas é só isso.
Com gelo e uma pomadinha...vou ficar boa em três tempos.
E ainda não foi desta que resolvi o problema do telemóvel...