Vasco, o cão bipolar...
Quando os meus tios chegaram e o Vasco os viu, foi só amor e carinho.
Ele deu beijinhos, deixou que lhe fizessem festinhas, deu a pata. Um querido!
A minha tia em pleno parque disse para o meu tio:
- Nem sei porque não temos um cão!
Tal foi o amor à primeira vista pelo Vasco.
Ao que o meu tio respondeu.
- Realmente, bem que podíamos ter um.
- É só chato quando saímos. Disse a minha tia.
- Deixamos com um dos miúdos. Respondeu o meu tio.
Dizer que os miúdos são os meus primos, um tem 40 anos e o outro 42.
Chegámos a casa.
Preparei o jantar.
Vasco, o amoroso e bem disposto.
Durante o jantar, esteve sempre em local estratégico.
A ver se lhe chegava alguma coisa.
Como sabe que eu não dou.
Vagueou entre a minha tia e o meu tio. Caíram que nem uns patinhos.
- Tão querido o teu cão, Joana! Disse um e depois o outro, sempre babados com a receção.
No dia seguinte, eu fui trabalhar e os meus tios já tinham o dia todo planeado.
Dei-lhes uma chave que tinha a mais. Para o caso de quererem voltar antes de mim.
Quando cheguei a casa nem vestígio dos meus tios.
Até que chegaram.
Com uma história para contar.
Tinham tentado ir a casa. Para lanchar e descansar um bocado.
O Vasco, apareceu do outro lado com um tom ameaçador.
Rosnava e ladrava.
Acabaram por desistir.
- Para a próxima, entrem à mesma. Nem sei o que lhe deu. Ele não faz mal a uma mosca.
- Talvez. Mas tivemos mesmo medo.
Dizer que por esta altura já o Vasco andava a fazer olhinhos de cão aos meus tios.
Um fofo. Este cão.
- Realmente, ele é tão querido. Fomos mesmo medricas. Disse a minha tia.
Jantar. Pedinchou comida ou não se chamasse Vasco João Marques!
No dia seguinte, sexta-feira. Acordei cedo como de costume. Fui ao ginásio do meu prédio.
Subi as escadas novamente.
Reinava a paz em minha casa.
Vasco no seu sofá. Todo estendido.
Os meus tios a acordar.
Tomei banho.
Eles também.
Eu com mais pressa porque ia trabalhar.
Tomei o pequeno almoço.
Lavei os dentes.
E depois vesti-me.
Estava pronta.
Saí. Quando saí os meus tios ficaram a tomar o pequeno almoço.
Passados uns 3 minutos recebo uma chamada.
O meu tio:
- Podes voltar a casa Joana, o Vasco encurralou-nos na cozinha.
- Como?
- Estamos fechados na cozinha.
- Como assim? Não conseguem abrir a porta??
- O Vasco encostou a porta e não conseguimos sair da cozinha. Mostra-nos os dentes e rosna. Podes vir cá?
Voltei.
Estavam as três almas na cozinha.
Não cheguei a ver o Vasco a rosnar.
Quando sentiu a minha presença ficou outra vez doce.
Para não haver mais contratempos e para os meus tios estarem à vontade fez-me companhia no trabalho.
Querem amolecer o coração de um norueguês.
Sejam simpáticos? Não.
Ofereçam mousse de manga? Melhora um pouco mas não..
....Tenham um cão querido, fofo e amoroso para lhes apresentar!
Vasco João Marques foi uma simpatia no trabalho! E toda a gente gostou de um conhecer!
Um experiência a repetir.